Polónio 210
É verdade. Putin não brinca em serviço. Está a acabar com a bagunça, a suposta democracia criada entre tumultos, assaltos e a enorme anarquia da era Ieltsin e a pôr a Rússia onde sempre esteve, com o regime a que se habituou sempre: uma ditadura férrea, sem contemplações para dissidentes, com muitos mortos pelo caminho. É verdade que Putin tem alguns créditos a seu favor. Nomeadamente deu cabo dos terroristas da Chechénia. É verdade que as forças de segurança russas tiveram muito mérito nos ataques aos terroristas islâmicos. Mas é verdade, igualmente, que o Irão desempenhou aí um papel fundamental. E a troca começa a ser muito clara: Teerão corta apoios aos turras na Chechénia e Moscovo impede qualquer acção internacional contra o nuclear iraniano. Mas há mais: Moscovo também arma a Síria e o Hezbollah. É troca por troca. É por isso que na nova ordem russa não há lugar para dissidentes. O polónio 210 é um aviso claro a toda a navegação: acabou-se a ilusão democrática, a economia de mercado. Estaline deve estar feliz com o seu sucessor Putin.
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