Vergonha de ministro
Correia de Campos afirmou ontem na SIC que o Hospital dos Capuchos tinha 59 oftalmologistas e mesmo assim havia listas de espera. 'Uma vergonha nacional', comentou Sua Excelência. Hoje foi formalmente desmentido. Resposta do titular da Saúde: 'Enganei-me nos números e no hospital'. E pronto. Uma vergonha de ministro que ainda não foi demitido.
7 Comments:
E já pensaste quantos ministros deste Governo já fizeram o mesmo? O Costa com a história dos magistrados a acompanharem a polícia, o Campos e Cunha nos mapas do Orçamento, o Teixeira dos Santos, idem, a da Educação já nem me lembro bem porquê...
Sua Excelência enganou-se nos números e no hospital.O Primeiro-Ministro enganou-se no Ministro e o país enganou-se quando votou neste governo.Vamos voltar a ser enganados em Janeiro. Vivemos numa floresta de enganos.
Se os ministros se demitissem por tais bagatelas, já não haveria possíveis candidatos a ministros....
O gajo é porreiro quando mente acerca das farmácias, mas é mentiroso quando fala dos hospitais do Estado. Chama-se a isso socialismo das novas fronteiras.
Concordo. Talvez já não houvesse ministros nem candidatos ao posto. Mas qual é a razão pela qual uns vão embora e outros permanecem? Qual a razão pela qual uns são demitidos e outros assobiam para o ar? Falta coerência ao sítio... entre tantas outras coisas.
SUA EMINÊNCIA JÁ LEU O PÚBLICO DE HOJE????
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MAIS DO QUE SABER SE O MINISTRO SE ENGANOU E SE ERAM 59 PARA O DITO HOSPITAL, OU PARA UM CONJUNTO DE 3 HOSPITAIS EM QUE O DITO ESTAVA INCLUÍDO...............
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DIZIA EU, O MAIS IMPORTANTE É SABER-SE QUE AFINAL HÁ MAIS MÉDICOS DO QUE SE PENSAVA E QUE ESTES ESTÃO É MAL DISTRIBUIDOS.............
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PORQUE SERÁ???????, TALVEZ OS MENINOS NÃO QUEIRAM TER UM REGIME DE COLOCAÇÃO Á PERIFERIA........AO QUAL DEVERIAM SER OBRIGADOS!!!!!!!!
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COM ISSO É QUE SUA EMINÊNCIA DEVERIA ESTYAR PREOCUPADO........
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EM VEZ DE, MESQUINHAMENTE E POUCO APROFUNDADAMENTE, ESTAR PREOCUPADO COM MINUÊNCIAS!!!!!!!!!!!!
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Há hospitais com mais médicos do que camas
18.11.2005 - 08h54 Joana Ferreira da Costa, (PÚBLICO)
Há hospitais em Portugal onde há mais médicos do que camas e onde o número de clínicos é superior ao de enfermeiros. Já em unidades como o Santa Maria ou os Capuchos, em Lisboa, no centro da polémica em torno do pessoal excedentário, o número de doentes internados por cada médico ronda os 35 por ano.
"O problema não é a falta de médicos, mas sim de planeamento e eficiência do sistema", conclui o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares.
Os números são da Direcção-Geral da Saúde, num levantamento sobre recursos e produção no Serviço Nacional de Saúde em 2003. E não deixam margens para dúvidas quanto à produtividade dos hospitais ao nível do internamento de doentes e à disparidade da distribuição dos recursos.
Há dois casos paradigmáticos na capital: quer o Hospital Egas Moniz quer o dos Capuchos tinham mais médicos a trabalhar do que enfermeiros. No Egas Moniz exerciam, em 2003, 432 médicos e apenas 421 enfermeiros, nos Capuchos existiam 429 clínicos para 390 enfermeiros.
No Egas Moniz, com 404 camas - mais de um médico por cama, tal como acontecia em unidades como o Santo António, no Porto - estiveram internados nesse ano 11.721 doentes. O que significa que, em média, cada médico internou em 2003 apenas 29 doentes.
A polémica dos Capuchos
O mesmo se passava no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, actualmente no centro de uma polémica devido às afirmações do ministro da Saúde que, anteontem à noite na SIC, considerou "uma vergonha nacional" que os 59 oftalmologistas da unidade apresentassem listas de espera em cirurgia.
Declarações que caíram que nem uma bomba no serviço. Primeiro porque os números do ministro "estão errados", já que nos Capuchos trabalham apenas 24 médicos, dos quais seis ainda a fazer o internato, defendeu ao PÚBLICO a directora do serviço, Lucília Lopes. Depois porque, destes 24 clínicos, 16 estão destacados para fazer urgências no Hospital de S. José, havendo por isso falhas de três a seis médicos por semana.
Uma "lapso" que levou ontem o ministro a corrigir as declarações, afirmando agora que os 59 oftalmologistas pertencem ao Centro Hospitalar de Lisboa, que inclui os hospitais dos Capuchos, Desterro e São José. Ontem os doentes lembravam que é necessário esperar dois anos por uma consulta, mas a directora do serviço lembrou que os casos mais urgentes estavam a ser operados em cerca de quatro meses.
Lucília Lopes defendeu que deviam funcionar "apenas dois serviços de urgência oftalmológica em Lisboa durante o dia e apenas um à noite", para adequar os recursos humanos às situações de emergência, que são raras em oftalmologia, e libertando profissionais para consultas, e lembrava a má distribuição de especialistas. "Devido à falta de oftalmologistas no Algarve, os doentes são enviados de ambulância para Lisboa. Isto sai caríssimo ao Estado."
Sistema não é eficaz
Os dados do levantamento da Direcção-Geral da Saúde sobre a produção hospitalar e o número de pessoal por unidade apontam o dedo não à falta de recursos humanos, mas à má gestão e planeamento dos governos sobre as necessidades regionais e por especialidade.
Apesar do número excessivo de médicos e enfermeiros no Egas Moniz, a taxa de ocupação de camas de internamento foi, em 2003, de apenas 73,5 por cento. "Essa taxa está abaixo do limite mínimo de eficiência que é considerado para os hospitais, que é de 80 por cento", defende o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, Manuel Delgado.
Mesmo considerando que o Egas Moniz, Santa Maria ou os Capuchos têm variadas valências, fazendo consultas externas e urgências, que consomem muitos recursos humanos, Manuel Delgado não tem grandes dúvidas: "Os números revelam que o problema não é a falta de médicos mas de eficiência de todo o sistema."
O administrador hospitalar salienta que "em Portugal o número de médicos por habitante é superior ao da média europeia": "O problema é que esses médicos acumulam o trabalho no público com a clínica privada de forma descontrolada e há uma má distribuição de clínicos, quer geográfica quer de especialidade." Ou seja, é uma questão estrutural de funcionamento do sistema e de ausência de planeamento, diz.
Apesar de terem estado internados em hospitais quase um milhão de pessoas em 2003, a taxa média de ocupação das camas ao nível nacional foi de 76,2 por cento. Aliás, entre os hospitais com melhor taxa de ocupação de camas - como o Hospital de Santa Cruz (92,4 por cento), o Hospital Sr.ª da Assunção, na Guarda (96,3 por cento), ou o Hospital de Pombal (98 por cento), há enormes disparidades ao nível dos recursos.
O Hospital Sr.ª da Assunção é, em todo o país, uma das unidades com menor número de clínicos por cama: 0,13. Mas o número de doentes internados por cada um dos oito médicos que ali trabalham é no mínimo avassalador e mesmo suspeito: 325 doentes. Já em Pombal cada um dos 42 médicos internou 48 doentes em 2003.
Há que acabar com os privilégios de médicos, juízes e magistrados.
A bem do país e não que tenha algo contra muitos deles.
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