Os sumos estratégicos
A Caixa Geral de Depósitos comprou 80 por cento da Compal ao grupo Mello, em parceria com a Sumolis, para a empresa ficar em mãos nacionais. O preço, para cima dos 400 milhões de euros, foi considerado excessivo por diversos analistas. Mas que importa isso se a Compal fica em mãos nacionais e não vai parar à horrorosa Coca Cola ou à Central de Cercejas, também na mão de horríveis estrangeiros. Se o ridículo matasse a administração da Caixa estaria enterrada e quem lhe deu a ordem para avançar na operação estava a fazer-lhe companhia. Será para isto que a Caixa se mantém nas mãos do Estado? Para fazer negócios idiotamente nacionalistas e encher os bolsos a um grupo privado português? Será por isto, e pelos boys, claro, que o bloco central se recusa sequer a pensar na privatização da Caixa? São tão ridículos! Querem ver que agora, a par da energia, água e outras coisas mais, os sumos e os cafés também são estratégicos? Parecem o ridículo Chirac que ficou em transe quando a Coca Cola, sempre essa horrível empresa americana, tentou comprar os iogurtes da Danone. A França estremeceu. Então iam começar a papar iogurtes ianques logo ao pequeno-almoço? Sacrilégio. E assim vai esta Europa estúpida e velha e este sítio em que tudo é escuro, atrasado, patrioteiro. O Deus, Pátria e Autoridade não aconteceu apenas no fascismo. Está vivo e recomenda-se.
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