Blog de António Ribeiro Ferreira
A conferência de imprensa de hoje da PJ estava marcada para as 18 horas. Uns minutos antes o porta-voz da Judiciária recebeu uma ordem via telefone. Devia atrasá-la meia-hora. Porquê? Havia novas e importantes revelações sobre a pequena Madeleine? Não, nada disso. A essa hora as televisões deste sítio cada vez mais mal frequentado estavam a dar em directo a apresentação da candidatura de António Costa à Câmara de Lisboa. Terceiro mundo? Não. Isto é uma verdadeira choldra.
A PJ está a fazer buscas numa vivenda próxima do apartamento onde a miúda britânica dormia na noite em que foi raptada. Ver as informações na net que os media nacionais estão a dar é hilariante. Com excepção da RTP, todos metem água. Até confundem o nome de uma jornalista inglesa, que denunciou o suspeito à polícia, com o de uma tradutora inglesa que vive na Praia da Luz e que foi colega de escola de Robert Murat, o suspeito. Tanta incompetência até chateia.
Paraty vai dirigir o Paços de Ferreira-FC Porto. Lucílio Baptista o Académica-Sporting. Chamem já a polícia.
Um senhor do PS de Lisboa, o deputado da Nação Miguel Coelho, veio em tom solene pedir aos vereadores socialistas que apresentem às suas renúncias. Não quererá Sócrates aproveitar a oportunidade para pedir ao senhor Coelho que apresente a renúncia de tudo. É que Coelho é mesmo um dos símbolos deste sítio cada vez mais mal frequentado.
É possível que a PJ esteve a actuar de forma competente. É possível que tudo esteja a correr como deve ser. Tudo isto é possível. O que não é admissível é a forma como tem prestado informações. As três conferências de imprensa são, de facto, dignas de um sítio cada vez mais mal frequentado. Uma foi feita na rua, de forma anárquica, com um responsável da PJ a duvidar da sua capacidade em falar inglês. A segunda foi no salão nobre da Câmara de Portimão, com uns senhores fardados a rigor, cheios de dourados, e um responsável da PJ a dizer que ia apenas ler uma declaração. Acabou por responder a imensas questões, de forma anárquica, enquanto ia perguntando a alguém se já tinham chegado os comunicados em inglês. Na terceira, hoje à tarde, o mesmo senhor já estava sozinho, mas a anarquia manteve-se. Mesmo à quarto mundo. Não há ninguém que veja isto neste sítio? Parece que não. É mesmo assim.
Marques Mendes tenta tudo para sair do buraco. Agora inventou mais um ministro. O das PME. Depois haverá o das grandes empresas e por cima deles o da Economia. E por aí adiante. O que este sítio cada vez mais mal frequentado precisa mesmo é de mais ministros. Estamos de facto cada vez mais no Terceiro Mundo. Rapidamente a caminho do quarto. De dormir.
