Sá Carneiro
Nunca fui um admirador político de Sá Carneiro. Mas admirava a sua frontalidade, a sua coragem e o seu combate à hipocrisia dominante. A forma como assumiu a sua relação e o seu amor com Snu Abecassis é prova disso. E é por isso que hoje, 25 anos depois da morte de ambos, não posso deixar de falar no enorme e obsceno exercício de hipocrisia que o foi o seu funeral de Estado nos Jerónimos, longe da mulher que amava, esquecida e quase abandonada pelos políticos e por tantos que o seguiram, tantas vezes de forma acrítica. A Igreja e o Estado, de Eanes a Freitas do Amaral, passando pelos dirigentes do PSD, permitiram essa enorme farsa. Mas valha a verdade que só nessa hora, da morte, os conseguiram separar. Honra, portanto, para Sá Carneiro e Snu. Desonra para muitos dos que hoje foram à missa dos Jerónimos. Se Sá Carneiro fosse vivo seriam, com certeza, expulsos do Templo.
2 Comments:
Parabéns pelo texto, mostra o respeito e admiração que só uma pessoa enorme como Sá Carneiro pode despertar, vivemos numa época de hipocricia, cabe a cada um de nós lutar para que tal não aconteça, este blog~´e uma das maneiras, parabens.
Nuno Mendes
Você não admira ninguém mas, também lhe posso garantir, que não é admirado.
Cuidado não morda a língua.
Bons, bons são os do outro lado do Atlântico.
A oitava maravilha do mundo.
Enviar um comentário
<< Home