Palhaçadas II
Amanhã e quarta os senhores professores vão fazer greve. Têm medo de ser avaliados. Imagina-se o barulho que TSF e quejandas irão fazer durante o dia. Enquanto isso, os clientes das escolas, alunos e pais, têm de calar e aguentar dois dias os filhos sabe-se lá onde. O que vale é que a ministra da Educação não cede e não treme perante estas palhaçadas.
9 Comments:
ó ferreira nao estejas tenso...se tudo o que sabes dos professores é que têm medo de ser avaliados deves ser analfabeto...teres tempo de antena e viveres à nossa custa é que é palhaçada...enxerga-te e ganha juízo...deves querer ser o diogo infante do sócrates!!!
Pois é, amanhã e depois "são mais dois dias"... e queixam-se eles que ganham mal... ora se assim fosse, havia uns e outros que qualquer dia ainda tinham de pagar em vez de receber, pois ele é greve de professores, ele é greve dos profissionais da educação, ele é greve da função pública, enfim, haja ordenado para cobrir estas faltinhas todas... E quanto ao medo de serem avaliados, tem o anterior comentador "anónimo" toda a razão... não é só esse o medo que eles têm... têm muitos mais... e nós todos sabemos quais são... Cumprimentos. p.s. Só mais uma coisinha, ainda para o "anónimo" (que cobardia o anonimato!), parece-me que reparei aí uma certa "inveja" de naturalmente não "ser" o Diogo Infante... he he he
É óbvio que os professores não têm razão nenhuma. Mas também é óbvio que têm direito à greve.
Pois claro que têm direito à greve, mas também têm o dever de serem responsáveis e sérios para com a coisa pública (que somos todos), o que não se verifica. Abraços
Do «Abrupto» :
O Prós e Contras de ontem foi um programa de televisão notável, sobre o qual se poderia escrever um livro. Um livro sobre Portugal.
Breves notas sobre o debate que comentarei mais em detalhe noutro sítio: Por estranho que possa parecer, fruto também dos nossos preconceitos, os autarcas saíram-se muito melhor do que o Ministro António Costa, apoiado por Saldanha Sanches. Muito, muito melhor. A começar pelo que não se esperava que acontecesse: mostraram um grande domínio da realidade, um muito bom conhecimento dos mecanismos perversos da nova legislação, uma grande capacidade argumentativa e foram ... muito menos demagógicos do que o Ministro. António Costa foi de uma agressividade malcriada, roçando o insulto, autoritário e demagógico até ao limite. Fernando Ruas comportou-se com uma enorme delicadeza de trato face aos golpes baixos do Ministro, aos quais não era alheio um desprezo intelectual pelos seus interlocutores. E de "classe", diriam os marxistas, face a um Portugal a que ele claramente se acha superior. Por muito sofisticado que queira ser esqueceu-se de uma regra que funciona magnificamente em televisão: aqueles homens alguns rudes, outros tímidos, transmitiram muito melhor um sentimento de "dedicação" ao seu "povo" do que o governante, que se ria deles.
A maior parte das suas intervenções tem o toque do propagandista, a repetição até ao limite dos chavões de propaganda que ele quer fazer "passar". Confrontado com dados concretos, a começar pela acusação directa de ser responsável por casos de manipulação informativa, fugiu sempre incomodado, confirmando diante de todos a veracidade das acusações. Viu os seus números confrontados com acusações indesmentíveis, mas mesmo assim repetia-os sempre, de novo, para os fazer "passar". Esteve sempre a falar para fora, para a audiência, indiferente aos seus interlocutores que falavam para ele. Se isto se podia compreender em termos de eficácia propagandística, perdeu o efeito face ao autismo que revelava e, de novo, ao ostensivo desprezo pelos interlocutores.
Um desastre. O muito eficaz gabinete de imprensa de Costa vai ter que trabalhar muito para remediar os estragos.
É simples e linear a politica que a ministra da Educação quer ver implantada nas escolas básicas e secundárias:
Os professores deverão reduzir a zero o insucesso e o abandono escolar sendo responsabilizados se não atingirem tais metas agora definidas pelo Ministério.
A isto se resume a politica de um Ministério incompetente.
Múltiplos factores se inter-relacionam no processo educativo. Os Programas de cada ano e de cada ciclo do ensino básico e secundário, os respectivos Currículos, a melhor ou pior preparação de cada professor, o maior ou menor número de alunos em cada turma, os meios técnicos e didácticos e as próprias instalações físicas de cada escola, o meio social de onde provêm os alunos, etc.
Fazer a abstracção de tudo isto, ao mesmo tempo que se culpabilizam os professores pelo insucesso e abandono escolar, não é justo nem sério, nem contribui sequer para uma discussão que procure a melhoria do ensino no nosso País. O que nos leva a crer, que serão outras as motivações da ministra da Educação ou, então, a senhora é de uma incompetência que faz dó.
Para um ensino obrigatório até ao décimo segundo ano, os Programas do ensino secundário encontram-se completamente desajustados. Tais Programas são muito semelhantes aos que figuravam nos liceus antes de 1974, quando o ensino não era obrigatório, o que, só por si, faz toda a diferença. Os Programas de ensino não obrigatório e obrigatório não podem nem devem ter um igual grau de dificuldade. Os Programas do ensino não obrigatório, frequentados por todos os alunos, os mais interessados e os menos interessados, os mais capazes e os menos capazes, os de maior capacidade para o pensamento abstracto e os de menor capacidade, deverão possuir um menor grau de dificuldade e com uma separação de alunos a partir do sexto ano. Um ensino mais científico para uns e um ensino mais prático para outros. A sociedade deverá organizar-se proporcionando a cada aluno o ensino ajustado às suas capacidades, e não procurar tratar por igual o que é desigual. Obrigar um, dois, três ou mais alunos de uma turma, alunos que manifestam uma incapacidade nítida de acompanhar as matérias dadas, por mais aulas de apoio que lhes proporcionem, não apenas prejudica o rendimento da turma e desgastam os professores como desmotiva e não proporciona uma outra saída (mais prática) para tais alunos. De igual modo os Currículos encontram-se desajustados, porque demasiado pesados nas suas cargas horárias. Não será com Programas extensos e com Currículos pesados que se obtém o melhor e mais bem sucedido ensino. Será necessário procurar um correcto equilíbrio entre os conhecimentos a adquirir e o peso dos Programas e dos Currículos.
A abordagem destas questões é que gostaríamos de ver discutidas e aprofundadas pelo ministério, com a contribuição de pais, professores e a sociedade em geral.
Ao contrário, temos vindo a assistir ao lançamento de um festival de medidas avulsas, à revelia de pais, professores e municípios, que seguramente em nada contribuem para uma efectiva melhoria do Ensino em Portugal.
Caro ARF
Palhaçada é haver um ministro da economia como Manuel Pinho. Palhaçada é haver um ministro da agricultura como Jaime Silva. Palhaçada é haver uma ministra da cultura como Isabel Pires de Lima. Palhaçada é haver uma ministra da educação como Maria de Lourdes Rodrigues. Palhaçada foi a figura do ministro António Costa, ontem, no programa "prós e contras".
Mas, meu caro ARF -(que me habituei a respeitar e a admirar dos seus escritos no antigo D.N.)- esta sua fixação na ministra da educação, não é palhaçada. É apenas doentio.
Estimo as melhoras.
bustopher-jones
O ruy disse quase tudo, mas eu acrescento três pontos:
a) O problema maior das escolas: a indisciplina
b) segundo: a uniformidade do ensino que se revelou no acabar das ex-Escolas comerciais e Industriais, com toda a carga emocional e social que acarretou.
Teve ainda como consequência,mais tarde e vendo o "furo", a criação de Escolas Profissionais muitas sob a tutela de autarquias ou de partidos políticos
c)O aumento significativo de alunos em idade escolar (aumento da escolaridade obrigatória, regresso de portugueses das ex-colónias, regresso de emigrantes, etc) em paralelo com a bandalheira que se instalou em todos os meios académicos no pós 25 de abril que permitiu a entrada no ensino de professores sem habilitações ou com habilitações mínimas que posteriormente entraram no quadro e que subiram de escalão à custa da legislação em vigor, dos anos de serviço e de cursos "rápidos" tirados em Acções de Formação e disciplinas de Universidades Abertas para progredirem na carreira e se equipararam a licenciados (ou mestrados ou doutorados).
Caro ARF, não haverá muito de freudiano nessa sua obsessão com os professores?
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