Passou o 25 de Abril, com o discurso do social-democrata Cavaco que deixou embasbacados jornalistas e comentadores, aconteceu o 1 º de Maio com os rituais do costume, Constâncio divulgou o seu relatório da Primavera, 85 por cento dos portugueses estão-se nas tintas para o sítio e 85 por cento dos pensionistas têm reformas abaixo dos 400 euros.
A grande questão do momento não é saber se a segurança social do sítio está falida, se os ricos estão mais ricos e o número de pobres dispara ou se a solução para estes males está na eleição directa de Mendes ou na paródia da eventual reeleição do Castro. A grande questão é saber se alguém está interessado em comprar ou gerir o sítio, antes que seja muito tarde. O mais natural é que a Espanha, se tivesse apoios comunitários para o fazer, aceitasse integrar este rectângulo salazarento. Nomeava uma comissão administrativa durante um ou dois anos, elegia um Parlamento regional e conseguia de Bruxelas um estatuto especial transitório para pôr isto tudo mais ou menos na ordem.
O povo deste sítio ficaria eternamente grato a Sócrates se concentrasse os seus esforços nesse grandioso e patriótico objectivo. O resto são aspirinas para um doente terminal.