Blog de António Ribeiro Ferreira
O Sporting de Paulo Bento não merecia ganhar ao Boavista. Com aquela defesa e meio campo é sempre um susto qualquer jogada de ataque da equipa adversária. Mas há outro aspecto a que interessa chamar o nome certo: a arbitragem do senhor João Ferreira foi um nojo. Estes senhores já não têm pudor em roubar uma equipa com milhões a verem os seus actos em directo. É um sinal dos tempos.
A excelente reportagem do Público sobre o caso Fátima Felgueiras irá deixar tudo na mesma? Quem é o senhor do Ministério Público? Actuou sozinho ou por ordem de alguém? Até que ponto o PS e os seus principais dirigentes estão envolvidos no escândalo? Se houve um negócio com o director da PJ este não é demitido? E qual será o papel do ministro no negócio? Está tudo tão calado. No Governo, na PJ, na PGR, no PS, no PSD, no CDS, no PCP, no BE e, claro, na Presidência da República. O que se passa? É evidente que não é exclusivamente o caso de Felgueiras que faz correr tanta gente e mete medo a muitos mais. O que será? Um enorme mensalão à portuguesa envolvendo todos os partidos? E o actual primeiro-ministro, então secretário de Estado do Ambiente? Como já se escreveu aqui, porque razão foi Almeida Santos a Felgueiras na campanha elçeitoral? Apoiar o candidsato do PS? Não, acalmar Fátima e dar um sinal exterior ao poder judicial de que teriam o beneplácito ao mais alto nível para todos os seus actos. Os resultados já estão à vista.
Belmiro de Azevedo é uma das poucas excepções no mundo empresarial, cheio de dependentes do favor, do subsídio, do negócio patrocinado pelo Governo socialista ou social-democrata ou da privatização obscura de uma empresa pública. Vale a pena ouvi-lo hoje na Dois no Programa 'Diga lá, Excelência'. Atira-se à Ota e ao TGV e afirma que Sócrates ainda não tomou nenhuma decisão estratégia. Mais ainda, diz o óbvio: há 250 mil funcionários públicos a mais. Uma realidade que nem PS nem PSD serão capazes de mudar. E o poder? Sim o poder? Como é que iriam ganhar eleições com uma proposta destas? Este sítio, definitivamente, não tem emenda. A solução terá de vir de fora. Mais tarde ou mais cedo.
Vasco Pulido Valente volta a mostrar que está em grande forma. Hoje escreve sobre a desEducação deste sítio. Pobre gente e pobres filhos. É por isso que os pais fazem os maiores dos esforços para que os filhos estudem no estrangeiro. E que o ensino do espanhol tem cada vez mais alunos neste sítio. A palavra emigrar volta a estar na ordem do dia. Para todos, não só para as populações do interior, analfabetas e sem alternativas. O Bloco Central da corrupção decerto apagará a luz.
Mário Soares esteve excelente na Alfândega do Porto. E aquela do político profissional foi óptima. Concorde-se ou não, o homem mostrou que ainda é um animal. Político, obviamente. Ideias à parte, Soares é um espectáculo.
O ministro da Agricultura anunciou todo orgulhoso que não vai privatizar a Companhia das Lezírias, a jóia da agricultura portuguesa, nas palavras pirosas de Jaime Silva. Pois é. São mais lugares para boys, mais uns negócios para amigos e clientes, com certeza mais uma decisão estratégica. Tem imensa piada o discurso contra a corrupção. Balelas. Não tirem o Estado e os partidos dos negócios e vão ver como a dita vai continuar radiosa e impune. E os cidadãos deste sítio, os parvos do costume, chucham no dedo. Até descobrirem que só os espertos vivem bem neste sítio sem direito a ser país.
Tanta pressa parecia esquisita num sítio em que a burocracia e o formalismo terceiro-mundista se sobrepõem sempre à simplicidade e eficácia. Já está tudo esclarecido. A pressa dos novos autarcas em tomarem posse tem a ver exclusivamente com a manutenção dos privilégios, nomeadamente em matéria de reformas. Tiveram a ajuda preciosa dos senhores deputados, que atrasaram ao máximo o envio da lei para Belém. Uma operação no valor de muitos milhões de euros que, obviamente, ficará impune. Se fossem traficantes de droga, lavadores de dinheiro ou fujões ao fisco poderiam ser considerados bandidos e perseguidos pelas autoridades. Mas como pertencem a um órgão de soberania são simplesmente democratas. Enfim, de facto são bandidos porque deitaram a mão a muitos milhares de euros. Mas também são democratas porque foram eleitos pelo povo deste sítio muito mal frequentado. Por isso, em rigor, são democratas-bandidos. O vice-versa também é verdadeiro.
O PS aceitou a decisão do Tribunal Constitucional e vai referendar a questão do aborto em 2006. Imperou o bom senso. O Anacleto Torquemada não conseguiu levar o PS de Sócrates a cometer mais um erro crasso. Já agora: não haverá um lugar qualquer, tipo tacho, para colocar o deputado Alberto Martins?
Por culpa exclusiva do PS o referendo ao aborto só poderá realizar-se no Outono de 2006. Primeiro qusieram fazê-lo no Verão. Sampaio vetou a iniciativa. Depois tentaram marcá-lo entre as autárquicas e as presidenciais. O Tribunal Constitucional decidiu agora que a sessão legislativa iniciada em Março só acaba em Setembro de 2006, logo a iniciativa do PS é inconstitucional. O PS está reunido e anuncia-se uma decisão às oito. Isto é, se alteram a lei no Parlamento ou esperam um ano para realizar o referendo. Além da ética política está em causa a inteligência. Se os deputados mudarem a lei é natural que uma outra maioria tenha legitimidade para voltar a criminalizar as mulheres. A não ser, claro, que o PS, lá bem no fundo, não queira alterar coisa nenhuma e só ande nesta guerra para não zangar o Anacleto Torquemada.
Sei que a letra está muito pequena. Mas sinceramente não sei como aumentá-la. Haverá alguém que me possa ajudar? Fico desde já muito agradecido.
Como só há candidatos de esquerda, o voto nas presidenciais de Janeiro é um quebra-cabeças: não se vota, vota-se em branco, escrevem-se nomes à frente dos candidatos ou opta-se por escolher a primeira dama.
É mais uma história bem digna do sítio. Há anos que se houve falar no TGV. Cada ministro faz questão de apresentar um projecto. É o T, é o Y, é o U, enfim, há para todos os gostos. Mas como este agora adia o projecto mais cinco anos, podemos todos dormir sossegados. A propósito: o pseudo putativo TGV pára na Ota, outra ficção, Leiria,Coimbra e Aveiro. Quanto tempo é que um cidadão irá poupar daqui a dez anos? Temos de esperar por mais um estudo para saber. E Viseu já protestou. Faz muito bem. Com mais um projecto ainda fica com o TGV. No papel, claro, como as outras terras e cidades.
Milhares de iranianos vieram para a rua gritar morte a Israel e aos Estados Unidos. Quem é que ainda tem dúvidas que os senhores de Teerão e os seus amigos de Damasco pertencem mesmo ao Eixo do Mal? Como a comunidade internacional já se meteu debaixo da cama, o mundo pode dormir descansado porque Washington, Jerusalém e Londres velam por nós todos. O costume.
Pois é. Cavaco mostrou no Porto que não há neste sítio candidatos liberais à Presidência da República. Cavaco acredita na importância das políticas públicas, na presença do Estado na economia, nas empresas e na banca. Cavaco acredita que a política estatal é decisiva para o sítio se aproximar dos níveis de crescimento da União Europeia. O Estado, diz Cavaco, não pode ser apenas responsável exclusivo pela justiça, forças armadas e forças de segurança. Não. O Estado tem de estar em todo o lado, ser omnipresente na sociedade civil, tomar conta dos cidadãos desde que nascem até à morte. É mais um candidato de centro-esquerda. Aliás, Cavaco nunca foi de direita. Nesse e noutros aspectos não mudou. Está exactamente como em 1985, quando o sítio o conheceu, numa madrugada de Abril, num congresso do PSD na Figueira da Foz.
Fátima Felgueiras já tomou posse como presidente da Câmara. E desafiou logo Sócrates a visitar o concelho. Assim é que é. Desafiar os socialistas até ao fim. Ela sabe que sabe o que os socialistas têm medo que se venha a saber.
A chegada de Cavaco Silva à Alfândega do Porto foi um espectáculo que deixou espantados os jornalistas. A repórter da SIC não acreditava que Cavaco só tenha decidido no Verão candidatar-se a Belém. Pois não Anabela. A decisão está tomada há dez anos. Toda a gente sabe. Mas não são os meios logísticos que provam isso. Apesar de tudo, este sítio, muito mal frequentado, já tem empresas privadas capazes de fazer coisas boas em muito pouco tempo.
O Martim Silva tem razão. Soares anunciou a candidatura sem perguntas dos jornalistas. Cavaco anunciou a candidatura com perguntas dos jornalistas. Soares lançou o manifesto com perguntas dos jornalistas. Cavaco lança o manifesto sem perguntas dos jornalistas. E todos aceitam, sem piar, estas regras. Não fazem nada, calam-se, obrigados e obedientes. Os jornalistas não são o quarto poder. Estão no quarto com o poder.
Diz a insuspeita ONU: mais de 2400 empresas, a maioria das quais francesas e russas, pagaram subornos ao regime de Saddam no âmbito do programa Petróleo por Alimentos. Pois é. Adoro cada vez mais os pacifistas e o seu líder Chirac. É tão sincero, não é? É tão democrata, não é? É tão amigo de terroristas, não é? É tão anti-americano, não é? É tão caduco, não é? É mesmo o símbolo da Velha Europa, não é? Pois é. E cheira tanto a petróleo, não é?
O exército israelita está a fazer uma importante operação na Cisjordânia depois do atentado terrorista de ontem que matou seis inocentes. Não tardará muito a surgirem vozes ocidentais a condenar a ofensiva. Em nome da paz, claro.
A sondagem do DN dá 48,8 % a Cavaco, 13,8 % a AQlegre e 10,3 % a Soares. Pese embora os erros monumentais cometidos pelo DN nas autárquicas, estes resultados dão que pensar. Ainda por cima os trabalhos no terreno foram feitos antes da apresentação do manifesto por Soares, um espectáculo lamentável que só a cegueira de alguns tornou possível.
É extraordinário como a comunidade internacional é mansa perante a declaração do presidente do Irão. Mansinha mesmo. Uns votos piedosos, assobios para o lado, tosses comprometidas, enfim, a cobardia do costume. Imagine-se que era Sharon a dizer uma barbaridade qualquer. Eram comentários, vozes indignadas, televisões com debates permanentes, enfim, um arraial. Assim é só esperar que a onda passe e os senhores do Irão continuarão a ser uns queridos democratas.
Sim, uma palavra para todas as referências na blogosfera ao Estado do Sítio. É bom conviver com pessoas que adoram a liberdade e odeiam amarras. Sejam elas quais forem.
Atentado terrorista faz quatro mortos em Israel. Estes são os bandidos que querem formar um Estado e são recebidos com passadeiras vermelhas pelos cobardes europeus. Mas como sempre serão derrotados pelo único Estado democrático do Médio Oriente e que apresenta índices económicos e de desenvolvimento humano muito superiores às pobres nações da Velha e Decrépita Europa.
Pois é. 76 por cento dos iraquianos aprovaram a Constituição. Pois é. Num país atacado pelo terrorismo os seus habitantes mostram todos os dias como foi importante derrubar o bárbaro do Saddam. É verdade que estes factos deixam muito tristes os falsos pacifistas. E como é preciso baralhar e desvalorizar o que de bom acontece no Iraque, nada melhor do que fazer títulos misturando o histórico resultado do referendo com o número de soldados americanos mortos na luta contra os assassinos. Esta gente sempre foi muito isenta e profissional.
Mais um dia de greve na justiça, com caixa baixa porque as altas andam longe deste sítio cada vez mais mal frequentado. A soberania também anda por baixo. Mas se as corporações andam na rua aos gritos pelos direitos adquiridos a culpa, sim, a culpa, é de muitos senhores e senhoras que andam por aí sempre com a boca cheia de democracia, solidariedade, estado social e outras maravilhas. Para ganharem votos, terem o poder e alimentarem um enorme polvo corrupto fartaram-se de dar privilégios, recusam abandonar os negócios, continuam agarrados a empresas e bancos para movimentarem milhões de uma verdadeira economia paralela que tem a suprema cobertura da justiça em caixa baixa.
O presidente do Irão quer que Israel desapareça do mapa. Quando a máscara cai sai-lhes a verdade pela boca fora. Os outros têm medo de o dizer para continuarem a fazer figuras de democratas junto de muitos papalvos ocidentais. O terrorista do Irão não é melhor nem pior do que os outros. É igual.
A reportagem do Público sobre a apresentação do manifesto de Mário Soares é um exemplo de bom jornalismo. E a peça 'Confusões' é fatal. Cinco estrelas.
Já se esperava. É o regresso ao passado. Soares explicou finalmente porque se candidata. Para combater a direita revanchista. Que miséria. Já estou a imaginar o pobre do João Paulo Velez a alugar mesas de pé de galo e a pôr no ar cassetes com os discursos de Cunhal, o velho companheiro de luta de Soares. E ainda dizem que os dinossauros foram extintos. E como a luta também é contra o mercado e a globalização, o melhor é arranjarem registos sonoros do saudoso Salazar na ex-Emissora Nacional. Este sítio cheira a naftalina.
Como os jornais fazem perfis sem sal e pimenta e sofrem de enormes amnésias, seria interessante o Indy ir aos seus arquivos e mostrar aos eleitores com menos de 35 anos o que foi o soarismo em Portugal e em Macau, falar em Maxwell, na Emáudio, no contrabando de Setúbal e outros interessantes assuntos que o abafador Cunha Rodrigues foi gerindo ao longo dos anos.
Seria bem interessante o Indy ir aos seus arquivos e mostrar aos portugueses com menos de 35 anos o que foi o cavaquismo. Uma operação barata, de enorme interesse público e com êxito editorial garantido. Falo no Indy porque os outros jornais só poderiam publicar as suas edições de sábado com os desmentidos oficiais às manchetes do Indy. Vá lá Inês. Tu estás e estiveste presente nos anos heróicos em que a imprensa do regime era inimiga confessa do Indy.
Marcelo aponta Sampaio como exemplo para futuros Presidentes. Favor com favor se paga. A audiência em Belém quando saiu da TVI já está paga. Em vida. É bonito num tempo em que só há promessas vãs. Ah, a propósito. Marcelo anda doido para ver Paulo Portas na corrida presidencial. Percebe-se porquê. Em primeiro lugar poderia levar à derrota de Cavaco. Em segundo poderia significar o fim da carreira política do ex-líder do PP. Desejos que não deixam dormir o professor da RTP. Eleger Soares para se candidatar pela direita em 2011, vingar-se de Paulo Portas e atirar para o caixote do lixo com Cavaco, um ser que sempre mereceu o desprezo do professor e que, verdade seja dita, raramente teve acesso à intimidade cavaquista.
Ver Mário Soares ler o seu manifesto perante uma vetusta assembleia torna cada vez mais sábia a frase do ex-Presidente quando a sua Ana Sousa Dias lhe perguntou no dia 17 de Maio se seria candidato: 'Seria uma loucura'.
É o artigo do dia. No Público, não se pode perder o que Medina Carreira escreve sobre este sítio e o seu futuro. E não vale continuar a meter a cabeça na areia.
O julgamento de Fátima Felgueiras já não começa a a 31 de Outubro. Talvez para o ano. Não andará por ali uma mãozinha socialista? Hum... a propósito: quem foi o senhor que esteve em Felgueiras na campanha? Por acaso não é o patrão da magistratura? Da judicial e do Ministério Público? É caso para se dizer que anda muito socialista com medo da Fatinha.
A história é simples. A ministra da Educação anunciou refeições para os alunos do 1º ciclo, com um esquema de apoio às autarquias semelhante ao praticado em outros ciclos. Sabem o que fez a TSF? Ouviu as câmaras e freguesias? Ouviu os pais? Claro que não. Foi falar aos sindicatos que, como é óbvio, disseram logo que antes das refeições era necessário fazer obras nas escolas. Isto é, as refeições passam a segundo plano, a medida é atirada para o armário e lá fica, com a voz indiscutível da Helena Vieira, que, afinal, os meninos e meninas não podem almoçar nas escolas sem obras. A abrir os noticiários. É assim que se fazem notícias, é assim que a TSF anda a reboque das corporações. Uma informação de esquerda, pois claro. Pura, límpida, sem mácula. Atrasados mentais. Pobres crianças nas mãos desta escumalha.
O Estado do Sítio foi publicado durante treze meses no DN. Agora é aqui. Por uma razão simples: este sítio está cada vez mais mal frequentado. Basta ler, ver e ouvir o que vai por aí para se perceber que isto não se recomenda. É preciso emigrar, rapidamente e em força. Para a blogosfera, um espaço livre sem lacaios medíocres. As lixeiras, essas, estão aí, a céu aberto.
Lá foi, acompanhado do Andrade e do Cunha. Só falta o Meirelles. E quem irá dirigir a equipa este fim-de-semana? O Eduardinho? Seria histórico.
Dias da Cunha saiu do Sporting. Assim pode dedicar-se por inteiro à campanha do Soares. Até nisto Cavaco tem sorte.
O Anacleto Torquemada quer segurança social para todos. Não diz quem paga, esquece que o sistema está falido, enfim, é um populista. Igual a Jardim e Valentim. Resta saber se terálgum processo para também ser bandido.
Dizem por ai que todo homem tem seu prego. Há quem vá mais longe afirmando que alguns homens são vendidos a preço de banana. Sempre esperei, na vida, o dia da Grande Corrupção, e confesso, decepcionado, que ele nunca veio. A mim só me oferecem causas meritórias, oportunidades de sacrifício, salvações da Pátria ou pura e frontalmente a hedionda tarefa de lutar.. . contra a corrupção. Enquanto eu procuro desesperadamente uma oportunidade, as pessoas e entidades agem comigo de tal forma que às vezes chego a duvidar de que a corrupção exista. Mas, falar em corrupção, como anda a sua? Vendendo saúde ou combalida e atrofiada como a minha? Responda com muito cuidado às perguntas abaixo e depois conclua sobre sua própria personalidade: você é um corrupto total ou um idiota completo? (Não há meio-termo.) Conte 10 pontos para cada resposta certa (você é quem decide qual é a certa) e verifique depois o grau de sua corruptibilidade. Nota: Se você roubar neste teste, é porque sua corrupção é mesmo absolutamente incorruptível.
