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Eduardo Prado Coelho tira logo a pistola quando ouve alguém dizer ou escrever 'dinheiro dos contribuintes'. É natural que o homem rebole de fúria com tal expressão. Não é ele próprio um Espaço Pago pelos Contribuintes?
Blog de António Ribeiro Ferreira
Eduardo Prado Coelho tira logo a pistola quando ouve alguém dizer ou escrever 'dinheiro dos contribuintes'. É natural que o homem rebole de fúria com tal expressão. Não é ele próprio um Espaço Pago pelos Contribuintes?
Maria de Lurdes Rodrigues quer acabar com as pausas dos professores no Natal, Carnaval e Páscoa. E quer pô-los a trabalhar oito horas diárias. Força. Não pare. A senhora continua a dar cartas neste sítio muito mal frequentado.
Sócrates fez mal. Muito mal mesmo em aceitar a pesada herança das SCUT que lhe foi deixada por Guterrres e Cravinho. Fez mal, muito mal, em não ter denunciado a incompetência e o medo dos Governos do PSD e do CDS que mantiveram o aborto das SCUT. Guterres quis continuar a política de betão de Cavaco e como não tinha dinheiro resolveu a questão com a barriga: faz-se agora e os parvos do costume pagam mais tarde com língua de palmo. A chamada direita acobardou-se, disse que disse e mais que também e saiu com tudo na mesma. Sócrates prometeu manter as SCUT em função de níveis de desenvolvimento e de alternativas. Aqui não está a mentir. Mas fez mal. Devia ter acabado com elas. Ponto final. E já agora, valia a pena o primeiro-ministro meter uma rolha no seu ministro Lino. Então o homem agora quer inventar as SCUT intermitentes? Só neste sítio mal frequentado um tipo destes continua ministro depois de dizer tanta asneira. Outra coisa a propósito de alternativas: será que o Governo vai fazer uma nova via rápida, uma nova auto-estrada, talvez a Norte da Via do Infante, para aplicar portagens nesta obra emblemática do cavaquismo? E na ligação Lisboa-Porto? E na ligação Cascais-Lisboa? E assim por diante. O enorme embrulho das SCUT está a cair em cima da cabeça de Sócrates. É verdade. Mas o homem não mentiu. Isso é campanha dos comunas e companhia e de todos os que começam a ficar seriamente assustados com as reformas que estão a ser feitas no Estado salazarento. O País salazarento já está na rua, nos jornais e em todo o lado.O País salazarento já decretou a morte política de Sócrates, o homem que mais ousou na tentativa de acabar, mesmo que só em parte, com este estado de coisas.
O Tribunal Constitucional, um aborto criado pelos partidos para interpretar o aborto da Constituição, detectou ilegalidades nas contas da última campanha eleitoral apresentadas pelos partidos. Mas, enfim, dizem os rapazes e raparigas do Ratton, escolhidos a dedos pelos partidos que agora fingem fiscalizar, as contas estão apresentadas e para a próxima será melhor. Uma conversa com 30 anos para enganar os papalvos do sítio. É a pescadinha de rabo na boca de um sítio sem remédio.
Eu também sou um dos sete portugueses que não leram o Equador de Miguel Sousa Tavares. Mas agora acabou. Vou a correr comprar o livro dos pobres Lapierre e Collins.
A ministra da Cultura vai receber os palhaços que ocuparam durante dias o Rivoli e que estão a ser investigados pelo DIAP do Porto. Ninguém diz à senhora para estar quieta? Ninguém lhe diz que o melhor seria dar um mergulhinho no Douro? Ninguém lhe diz, definitivamente, que está louca?
Broncas e mais broncas. É o ministro da Economia a meter-se na Galp e a pôr em causa a OPV, a meter-se nas tarifas elécricas e a provocar enorme confusão. É o secretário de Estado da Indústria a falar em maus momentos, é o caos habitual em todas as empresas em que o Estado está metido. Dizem os do costume: são sectores estratégicos. Pois. Sem o Estado lá metido ficávamos sem luz, sem comunicações e os automóveis seriam rapidamente substituídos por carroças. Pois é: os chamados sectores estratégicos são enormes bolsas de emprego, influência e negócios para toda a clientela do Bloco Central e afins.
Os ministros Pinho e Isabel são duas figuras-chave do Governo. Sempre que é preciso desviar as atenções de algum assunto desagradável, o núcleo duro de Sócrates deixa os dois ministros abrir a boca. O tiro é certeiro. Um acabou com a crise, a outra estava doidinha para se juntar aos palhaços do Rivoli. Claro que rivalizaram com as greves e os aumentos de impostos e da despesa do Estado previstos no Orçamento para 2007.
O novo Procurador foi humilhado pelo Conselho Superior do Ministério Público, que recusou dar aval ao seu número dois. Como Souto Moura foi o bombo da festa de todos os que foram atingidos pela sua seriedade e firmeza, é natural que agora venham dizer que esta humilhação foi orquestrada pelos seus apoiantes.
Quase metade dos espanhóis aceitam ficar com Portugal desde que o novo país se chame Espanha e a capital seja em Madrid. Também não aceitam o regime republicano, querem que a monarquia continue. Por mim tudo bem. Eu e quase 30 % dos cidadãos deste sítio cada vez mais mal frequentado. A luz é mais barata, a gasolina idem, a comida também, os salários são mais altas e a economia cresce, cresce, cresce acima da média europeia. Mesmo Portugal não iria estragar a boa perfomance económica de Madrid.
A factura eléctrica dos consumidores domésticos vai subir 15 %. Claro que a culpa, nas palavras do senhor secretário de Estado da Indústria, é dos consumidores que andaram para aí a gastar à doida. Pois é. O chamado défice tarifário mete os do costume: câmaras, administração central e o Estado a mandar na EDP. Enquanto isto durar a factura vai sempre subir. Venham os espanhóis, já!
A despesa total do Estado aumenta quase dois mil milhões de euros; aumentam os impostos sobre combustíveis, álcool e tabaco; sobem as taxas da RTP e RDP. É o Estado socialista no seu melhor. Tanta poeira para os olhos mas o monstro não pára de crescer. Venham os espanhóis, já!
Amanhã e quarta os senhores professores vão fazer greve. Têm medo de ser avaliados. Imagina-se o barulho que TSF e quejandas irão fazer durante o dia. Enquanto isso, os clientes das escolas, alunos e pais, têm de calar e aguentar dois dias os filhos sabe-se lá onde. O que vale é que a ministra da Educação não cede e não treme perante estas palhaçadas.
Os actores de um obscuro grupo de teatro, subsidiado pelo Estado, e meia dúzia de espectadores decidiram ocupar um dos auditórios do Rivoli. Não querem que a Câmara do Porto faça a concessão do espaço a uma entidade privada. A ministra da Cultura, que quando abre a boca é para dizer asneiras - nem as moscas querem entrar naquela boca -, ofereceu-se para mediar o assunto e atirou um conjunto de baboseiras sobre a matéria. Mas a palhaçada que ainda dura já deu os seus resultados: o tal obscuro grupo de teatro já teve o seu momento de glória: nunca teve tantos espectadores a assistir às suas palhaçadas pagas pelos contribuintes.
Milhares nas ruas em Lisboa. Greve dos professores terça e quarta. Mais greves em Novembro da Função Pública. A rapaziada do costume quer que tudo fique na mesma. Odeia reformas. Bem andou Sócrates quando afirmou que não são as algazarras que vão evitar as mudanças em curso. Que ainda são poucas para o estado a que isto chegou.
O senhor ministro António Costa vai ao Parlamento explicar aos senhores deputados os tiros dados pela GNR em diversos energúmenos. Talvez fosse melhor levá-los a uma carreira de tiro. Quantos aos alvos, bem, para não se gastar muito dinheiro, poderiam perfeitamente ser usados os traseiros dos eleitos. Ficava tudo a ganhar.
Seguindo o conselho dado no Estado do Sítio, o inspector-geral da Administração Interna veio a público afirmar que os agentes da PSP e GNR devem deixar passar e andar livremente os energúmenos que circulem em carros roubados e outros cidadãos que, por uma razão ou outra, não estejam dispostos a parar nas operações stop. Assim acabam as perseguições, os tiros e as polémicas com as forças de segurança. Por outro lado, os agentes das forças policiais terão uma vidinha muito mais sossegada e já poderão dedicar muito mais horas ao treino com armas de fogo em inúmeras situações: sentados, deitados, de pé, para baixo, para cima, na horizontal, com carros aos ziguezagues, a direito, a subir, a descer, com sol e com chuva e principalmente com nevoeiro. A gatunagem agradece, a malta com os copos idem e este sítio cada vez mais estúpido e mal frequentado irá por certo gastar muito menos com a segurança. Não quer dizer, claro, que a despesa diminua. O monstro tem imensos sítios para gastar a massa dos contribuintes.
Aí está um teste nuclear da Coreia do Norte. Os protestos não faltam. A indignação também. Como no Irão e no Darfur. Talk, talk, talk da comunidade internacional. Mas os bandidos continuam impunes. O contrário do que aconteceu no Afeganistão e no Iraque.
O editorial de José Manuel Fernandes e os artigos de António Barreto e Vasco Pulido Valente no Público são de leitura obrigatória neste domingo de calor.
A GNR conseguiu parar a tiro um duo de gatunos que roubou uma viatura e pôs em perigo a vida de cidadãos quando tentava fugir às autoridades. Um dos gatunos está em estado grave. Espera-se a todo o momento a detenção dos agentes envolvidos pela PJ, às ordens do Ministério Público. E espera-se que a comunicação social volte a condenar vigorosamente a excelente actuação da GNR.
Jack Straw, deputado trabalhista, recebeu no seu gabinete uma delegação de mulheres muçulmanas. Antes de começar a conversa pediu-lhes que tirassem o véu. Caiu tudo. Uma polémica desgraçada com debates em todo o Reino Unido. Está tudo doido. É evidente que uma certa cambada acha que a atitude do deputado foi irresponsável. Para a mesma cambada, Straw deveria estar vestido à muçulmano, com retratos de Maomé no gabinete e de olhos no chão.
Agentes da GNR pararam um carro em fuga, que tinha posto em risco a vida de agentes e de cidadãos. Primeiro resultado: um dos energúmenos é morto e outro fica ferido. Segundo resultado: a PJ prende um dos agentes, por ter cumprido o seu dever. Terceiro resultado: um juiz considera-o arguido e aplica-lhe a medida de coacção mais leve, o Termo de Identidade e Residência, por ter cumprido o seu dever. Quarto resultado: a comunicação social, como é habitual, transforma o vilão em vítima e o agente da GNR em vilão, por ter cumprido o seu dever. Conclusão: se eu fosse da GNR ou PSP nunca mais me incomodava com energúmenos: deixava esse papel à PJ, aos juízes e aos senhores jornalistas.
O artigo de José António Saraiva no Sol é de leitura obrigatória. Uma pedrada no charco de uma comunicação social vendida a interesses obscuros. E, claro, fala numa evidência: Souto Moura foi sacrificado porque atacou bandos poderosos, incluindo o da pedofilia.
Lembro-me da guerra de 1973. No dia do perdão e da recordação dos que desapareceram. Lembro-me dos que amei e desapareceram. Todos os dias. Mas não consigo esquecer e perdoar. Yom Kippur 2006.
E pensávamos nós que o homem se ia dedicar aos passarinhos da Tapada das Necessidades. Mas não. Agora Sampaio está muito indignado com o atraso no processo do chamado 'Envelope 9'. Ó homem! Leia a entrevista de Souto Moura ao 'Sol'. Dos oito meses, só dois foram da responsabilidade do Ministério Público. Leia, antes de andar por aí a dizer asneiras. E já agora, por favor, explique melhor o que fez e não fez no caso Casa Pia. Seria muito mais interessante.
A NATO tem cerca de vinte mil militares no Afeganistão. Só uma minoria combate os terroristas talibãs. Principalmente americanos, ingleses e canadianos. Os outros estão em zonas seguras, mais a Norte, ou nos quartéis. São a tropa do caviar. Todas as tentativas para convencer os Governos europeus a permitirem que as suas tropas sejam enviadas para as zonas de combate, no Sul, falharam. É a Europa do medo, da cobardia e da censura no seu melhor.
Um professor francês anda escondido depois de ter escrito um texto sobre o Islão. Uma ópera foi suspensa em Berlim para não provocar os seguidores de Maomé. Agora, a moda é fugir, esconder, suspender, censurar. Agora a moda é ter bom senso. Isto é, a censura está definitivamente instalada na Europa. E ainda pode vir a ser consagrada na Constituição europeia. A censura e o medo.